quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Livro de Cabeceira: O Aleph, de Jorge Luis Borges


Ainda muito jovem tomei contato com a obra do escritor argentino Jorge Luis Borges.

Desde então, nunca mais deixei de pensar no que páginas e páginas de textos bem construídos, laboriosos e instigantes me transmitiram.

Detentor de um estilo inusual e labiríntico, os cenários nos quais Borges situa os personagens assim como a propensão fantástica da sua literatura me arrebataram desde o primeiro momento.

Um autor sem dúvida alguma marcante na minha formação.

A obra de Borges é profunda e erudita. Seus textos traduzem literariamente conceitos existenciais complexos, que resistem a um entendimento linear.

Foi esta a marca deixada pela leitura voraz de El Aleph (O Alef, 1949), famosíssima obra prima do escritor, que li em 1973 aos dezoito anos.

Além de El Aleph, li praticamente toda a obra de Borges e nunca uma única vez. Como toda obra minuciosa merece, repeti com devoção a leitura dos textos de Borges. Até porque os textos de Borges sempre nos revelam o inédito a cada nova leitura.

Mesmo hoje, mais de quatro décadas após meu primeiro contato com Borges, recordo-me de muitas das suas sábias colocações, ponderações que contribuem para que o mundo se torne para mim algo menos ininteligível do que é.

Note-se que a despeito do brilhantismo da sua produção, Jorge Luis Borges nunca foi laureado com o Premio Nobel. Muitos argumentam - com boa dose de razão - que o conservadorismo político do escritor inibiu a concessão da honraria.

Uma coisa é certa: o repúdio a Borges sempre foi uma unanimidade entre os setores politicamente engajados da esquerda.

Mas isto não nega em nada a receptividade conquistada pelos seus textos. Tampouco o reconhecimento mundial do valor da sua literatura. Sua obra foi traduzida para praticamente todas as línguas de prestígio, sempre agremiando legiões de admiradores.

Nascido em Buenos Aires em 1899, Borges faleceu na Suíça, país onde desenvolveu parte de sua formação, em 1986. Viveu de modo recluso, imerso na sua cegueira e nas geniais percepções que captava e transmitia nos seus escritos.

Afortunadamente, o texto de O Alef está disponibilizado na Internet. Assim, todos os que desejam ingressar no universo fascinante da pena de Jorge Luis Borges podem fazê-lo a qualquer momento.

Inclusive agora:

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